Quinta-feira, 07 de novembro de 2024

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Gusttavo Lima é denunciado por ex-músicos e acumula processos milionários

Com um dos maiores cachês da música sertaneja, Gusttavo Lima acumula processos milionários envolvendo seus ex-funcionarios e é investigado por superfaturamento nos shows. Gusttavo Lima vem sendo investigado nas últimas semanas por uma série de shows milionários pagos por prefeituras do interior que deram início à chamada CPI do sertanejo. Agora, o g1 publicou várias denúncias e processos judiciais que o cantor sertanejo está envolvido com músicos.

Recebendo cachês de até R$ 1,2 milhão, Gusttavo Lima está sendo processado por 2 roadies (técnicos de apoio que viajam com a banda em turnê, encarregados de lidar com as produções de shows), que foram contratados pelo cantor sertanejo em 2015 e deixaram o emprego em 2017 e 2018, respectivamente. Na época, o cantor sertanejo recebia cerca de R$ 300 mil por show, e pagava para seus músicos cerca de R$ 5,9 mil ao mês. Um dos ex-funcionários que processa Gusttavo Lima disse que ele tinha 3 roadies, o que significa que com apenas 2% do valor do cachê de uma noite, o sertanejo pagava o salário mensal desses funcionários. Com 6%, ele bancava a equipe toda.

No entanto, os funcionários alegam que os contracheques do cantor sertanejo apresentavam quantias menores do que os salários que eles ganhavam. Um contracheque de janeiro de 2018 mostrava que eles recebiam apenas R$ 2,5 mil. Com isso, os direitos trabalhistas e imposto pagos por Gusttavo Lima aos seus funcionários eram menores, já que foram calculados com base nesses valores reduzidos.

Gusttavo Lima foi condenado pela Justiça do Trabalho nos dois casos e terá que pagar as diferenças nos direitos aos trabalhadores e nos impostos ao Estado. Uma das ações, calculada em R$ 137 mil, terminou de ser paga em abril de 2022. A segunda ação ainda aguarda a decisão do recurso apresentado pelo jurídico do cantor sertanejo, e ainda não teve o valor calculado.

Ao g1, a advogada trabalhista Ana Cláudia Arantes (que não está envolvida nestes dois processos) diz que a prática é uma fraude: “Isso é uma forma de burlar a legislação trabalhista, pois assim se paga menos impostos (que são gerados sobre a folha de pagamento), diminui a base de cálculo do recolhimento de INSS do empregado e gera pagamento menor ao trabalhador de horas e reflexos, férias, 13º e FGTS. É um prejuízo para o trabalhador e para os cofres públicos”.

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